Segredos revelados
Segredos revelados
Resolvi escrever sobre este assunto, porque imagino que ele gera muita curiosidade na cabeça de quem chega aqui em casa, além, claro de despertar a libido, aquela energia motora dos instintos de vida e de toda conduta motriz criadora do ser humano, á libido. Tudo começou assim. Havia colocado um grande painel com a figura de um negão com os braços abertos a minha frente, claro que era para me dar inspiração para o trabalho diário, o que realmente aconteceu. Sempre tive o maior tesão por fotografias, porém, não com as ditas maquinas, já perdi inúmeras delas; caiu na água, aquendaram, quebra sem consertos, elas me renderam belíssimas fotos, que muitas delas trago grudadas no meu painel de trabalho. Agora com as digitais, acabou-se o papel, agente vê se impressiona e pronto, guarda tudo no maravilhoso mundo encantado do computador.
Voltando ao painel. Tem muitas pessoas que tenho muita admiração, outras não tanto, mas tem algo relacionado com o que faço, além, de muitos bofes maravilhosos. Sempre fica a dúvida quando vem, alguma visita desavisada e pára diante do famoso painel encantado, contemplando as fotos, os motivos. Outro dia um político famoso chegou lá em casa por ocasião de uma festa não se conteve, mesmo, porque havia uma foto dele ao meio de tantas outras fotos quentes, deu muitas risadas e adorou a foto no painel da fama. Tem sempre as que agente gosta mais nesse caso é a do um moço que a quatro anos acompanho a sua evolução indumentária na Parada Gay de São Paulo, cada ano ele sai melhor, já foi Zorro, Anjo, Soldado Romano e militar.
Tem fotos de Marta Suplicy, Gilberto Gil, Gabeira, São Sebastião crivado de flechas dividindo o espaço com os meus adoráveis Chad Hunter, Aiden Shaw, Marcelo Clua que deixou os palcos e cuida agora da família, André Atila na Itália, Marquinhos Mecânico, entre outros. Eu e um adorável gondoleiro na última viagem a Veneza com o meu maridão Oscar Mottíssimo. Muitas dessas fotos já foram publicadas no Homo Sapiens, jornal do GGB que circula bimensal, quando agente dá conta de fazer em dia, claro que as publicáveis, porque as quentes eu adoraria, mas o Homo Sapiens não é um Jornal pornô.
Sempre tive fascinação por colecionar fotos, antes, pasmem, eram calendários de mulheres peladas, mesmo porque não havia de homens pelados no meu tempo de moleque, senão, lógico que seria a preferência. Guardava os calendários bem escondidos para não serem revelados. Fui criado numa família protestante e o verbo era orar e vigiar que de pouca coisa adiantou, sobretudo o vigiar. Eu tinha verdadeira fascinação pelos tais calendários sacanas, mas pelo escândalo e por poder mostrar e trocar com os outros moleques, do que por algum fetiche sexual. Os tais calendários era verdadeira moeda de troca, trocava-se por tudo, por outros, por figurinhas e por brinquedos. Um belo dia meus calendários viraram cinzas em cima de um fogão Alvorada, acabou-se o segredo, acabou-se o comércio. A cena triste não me fez chorar mas me deixou muito desolado porque lembro-me dela até hoje, existem coisas que não saem da memória da gente, essa para me é uma delas, entre outras tantas.
Esse meu painel é uma janela congelada no tempo onde já vi as coisas passar e repassar, fotos é assim mesmo, para gente vê e lembrar, curtir se emocionar, pronto, nada mais.