Homossexual, graças a Deus!
Homossexual, graças a Deus!
Por MARCELO CERQUEIRA, Grupo Gay da Bahia (GGB)
Houve tempo em que os negros eram legalmente tratados como raça inferior, os protestantes discriminados como hereges, os divorciados proibidos de se casar de novo e os homossexuais condenados à fogueira. O ideal libertário da revolução francesa, “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” derrubou a Inquisição, impulsionou a abolição da escravatura, oficializou a liberdade religiosa e descriminalizou os sodomitas.
Hoje o racismo e a intolerância religiosa são crimes inafiançáveis. Só
a homossexualidade continua sendo tratada com a mesma intolerância como se ainda vivêssemos na idade das trevas. Prova disto é o recente Projeto de Lei do deputado carioca Edino Fonseca (Prona/RJ), que prevê
financiamento público para programas de auxílio a pessoas que “voluntariamente optarem pela mudança de sua orientação sexual da homossexualidade para a heterossexualidade”. Absurdo maior do que este abominável projeto, é o fato de ter sido aprovado por duas comissões, de Saúde e Justiça, mas felizmente vetado pela Comissão de Direitos Humanos. Projeto anticientífico, desumano e ilegal pois viola um direito humano fundamental: é legal ser homossexual!
Todas as ciências garantem que nada distingue os gays e lésbicas dos
heterossexuais, em termos de capacidade, honestidade, valores humanos. A única diferença é que os heteros gostam do sexo oposto, os bissexuais
de ambos os sexos e os homossexuais, do mesmo sexo. A existência de tantos luminares da humanidade que foram praticantes do “amor que não ousava dizer o nome” Platão, Safo, Júlio César, Alexandre Magno, Miguel Ângelo, Shakespeare, Cervantes, Fernando Pessoa, Santos Dumont, entre outros, comprova empiricamente que gênio e homossexualidade muitas vezes andam de mãos dadas. As grandes cantoras e cantores baianos e nacionais, mesmo ainda vivendo dentro da toca, que o digam!
Deixem os homossexuais em paz! Queremos sim, ações afirmativas que
garantam nossos direitos constitucionais e cidadania plena. Não queremos ser curados nem ser tratados como cidadãos de terceira categoria. Precisamos sim, de projetos e ações que transformem fascistas homofóbicos em humanistas democratas. Viva o arco-íris!