ONDA DE ASSASSINATO DE GAYS NO BRASIL
Em janeiro foram 9 assassinatos de gays e travestis, uma média de um homicídio a cada dois dias. Nestes primeiros 10 dias de fevereiro, a mortandade é ainda mais assustadora:11 assassinatos! 20 homicídios em 40 dias. Estes números confirmam triste realidade: o Brasil é campeão mundial de crimes homofóbicos homicídios em que a condição existencial da vitima, sua homossexualidade, foi o motivo principal, ou agravante do “crime de ódio”.
Este levantamento criminal, realizado todos os anos pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga ONG de defesa dos direitos humanos dos homossexuais, segundo o Prof.Luiz Mott, “é apenas a ponta de um iceberg de ódio e sangue: os requintes de crueldade como estes gays e travestis foram assassinados comprovam que se tratam mesmo de crimes de ódio, cumprindo o provérbio popular ouvido de norte a sul no país: ‘viado tem mais é que morrer!’. O GGB afirma que muitos outros homossexuais são assassinados sem ser identificados, sendo ainda mais dramática e numerosa tal mortandade.
Dos 20 homicídios documentados em 2007, metade das vítimas eram gays, metade travestis e transexuais. Dos 10 estados onde homossexuais foram assassinados em 2007, a Bahia foi o estado mais violento, com 4 mortes, incluindo um pai de santo, seguindo Rio Grande do Norte e Sergipe, com dois assassinatos, ocorrendo um homicídio no Amazonas, Paraíba, Piauí, Mato Grosso, Alagoas, Distrito Federal , São Paulo e Paraná.
As causa mortis refletem o ódio anti-homossexual, várias vítimas tendo sido torturadas, espancadas, queimadas. Travestis geralmente são mortas a tiros na rua, enquanto os gays são mortos dentro de casa a facadas. A execução mais cruel ocorreu em Mossoró, RN, com o servidor público federal Augusto da Escóssia Nogueira Neto, 47 anos, primo da senadora Rosalba Ciarline, que foi encontrado morto em um terreno baldio, com um tiro no rosto, tendo as orelhas decepadas, os olhos perfurados e a cabeça esmagada.
Para estancar os crimes homofóbicos o GGB está enviando pela Internet a todos os grupos GLBT Brasil o panfleto GAY VIVO NÃO DORME COM O INIMIGO, esperando assim que os homossexuais aprendam a melhor se proteger contra agressões e assassinatos. Segundo o Presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, “falta vontade política ao Presidente Lula para pressionar sua base aliada no Congresso para votar a lei que equipara a homofobia ao crime racial. O Programa Brasil sem Homofobia, que prevê maior rigor na apuração e penalização dos crimes homofóbicos, precisa se tornar realidade já! Havendo leis rigorosas que punam a discriminação anti-homossexual e maior rigor dos juízes em sentenciar os assassinos de gays, certamente diminuirá tal mortandade.”
2. Investigue a vida da pessoa com quem pretende sair. Prefira pessoas conhecidas ou indicadas por amigos e só saia com alguém se tiver certeza que é de confiança;
3. Nunca beba líquidos oferecidos pelo parceiro desconhecido. A bebida (ou chiclete) pode conter soníferos, o perigoso “Boa Noite, Cinderela”. Em um bar ou boate, preste atenção em seu copo e se precisar ir ao banheiro ou se ausentar, leve o copo consigo, ou, invente uma desculpa e peça outra bebida;
4. Se levar alguém para casa, não o esconda do porteiro, ou de vizinhos. Eles podem ajudá-lo na hora do perigo. É sempre bom ter uma boa relação com esse pessoal. Na hora do perigo, eles podem ser solidários;
5. Se for possível, demonstre para seu parceiro eventual que é gay assumido. Isso evita chantagem ou tentativa de extorsão;
6. Não se sinta inferior. Não se mostre indefeso, evite demonstrar passividade, medo, submissão. Não cultive o tipo machão, ou pelo menos não mostre que o valoriza tanto; se ele lhe ameaçar, grite, faça escândalo, ou em último caso, saia correndo e peça socorro aos vizinhos;
7. Evite fazer programa com mais de um michê. Antes da transa, acerte todos os detalhes: preço, duração, preferências eróticas (se ele aceita, por exemplo, ser passivo): isto evita brigas e discussões;
8. Não humilhe o parceiro. Não exiba jóias, riqueza ou símbolos de superioridade que despertem cobiça. O garoto de programa quase sempre é de classe inferior à sua;
9. Se o encontro for na sua casa, tranque a porta e esconda a chave. Não deixe armas, facas e objetos perigosos à vista; não se esqueça que você é dono da casa e deve dominar a situação; diga ao visitante que não faça ruídos pois ao lado mora um policial;
10. Se for agredido, procure a polícia, peça exame de corpo delito e denuncie o caso aos grupos de ativistas homossexuais. Lembre-se que as Delegacias de Polícia são públicas. Se foi mal tratado pelo oficial, chame o Delegado Titular, se ele não estiver chame o plantonista. Se mesmo assim, for mal atendido, entre com uma ação contra a delegacia. Não tenha medo: é legal ser homossexual! Cuidado e não seja a próxima vítima!
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A MELHOR PARADA GAY DA HISTORIA DA BAHIA
Por Luiz Mott
De todas as cinco paradas, esta de 2006 foi a mais politizada, pacífica e bem organizada. Começou na hora certa, 14 hs, mais cedo que nos anos anteriores, exatamente para evitar a noite, quando os ladrões costumavam atacar as bibas mais vacilentas. Insistimos com o reforço da segurança, contando com a presença de 1.000 Policiais Militares, devidamente instruídos para dar um tratamento mais “light” a massa gltb, já que durante o carnaval, infelizmente, muitos PMs não economizam murros e tapões na cara ou nas costas dos foliões mais exaltados. Do alto do trio e no meio da massa, não registramos nenhuma briga, violência, roubo, assalto Salvador até parecia Goiânia e Belo Horizonte, locais que não registraram nenhuma ocorrência policial em suas últimas paradas. Todo mundo alegre, à vontade, sem medo de ser feliz.
Outro ponto positivo da 5ª Parada Gay da Bahia foi a presença predominante de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, diferentemente dos anos anteriores, onde a galera não-gltb parecia dominar a cena. Quando do alto do trio eu gritava: “quem é homossexual levante a mão”, éramos maioria quase absoluta! Quando convocava aos casais gays e casais de lésbicas para se beijarem, Salvador parecia San Francisco!
Subi e discursei em todos os oito trios. “Salvador é Gay! A Bahia é Gay, lésbica, travesti, transexual, bissexual, heterossexual! Salvador é de todos os santos e santas! Jesus e os Orixás amam os gays, senão, em vez deste sol maravilhoso, teriam mandado chuva, raios e tempestade! Se assuma o ano inteiro! Quem continuar no armário vai morrer sufocado! Quem não levanta bandeira, carrega a cruz! Quero mandar meu recado para as nossas queridas cantoras baianas: Dona Betânia, Dona Gal, Dona Margareth dos Mascarados: sigam o exemplo da nossa madrinha Preta Gil, se assumam!!! Sigam o exemplo de Ivete Sangalo, que aceitou ser madrinha desta parada! Imitem Daniela Mércury, defendam o uso da camisinha! Todo mundo ama vocês, mas deixem de ser alienadas, defendam a liberdade sexual, e já estão convidadas para serem nossa madrinha na próxima parada! É legal, ser homossexual! É legal, ser homossexual!!!”
A presença de políticos em alguns trios, com muitas bandeiras, distribuindo folhetos, no meu entender, é positivo, pois só estavam presentes aqueles que de fato são aliados e têm história de apoio às causas populares. Compete a nós cobrar seu apoio depois de eleitos. A presença do presidente da Câmara dos Vereadores abrindo a parada demonstra a respeitabilidade do nosso movimento, como ocorre nas principais paradas do primeiro mundo.
Quanto à manutenção do mesmo número de participantes por volta de 250 mil pessoas em 2005 e 2006, embora pleiteássemos superar a parada de Fortaleza, 5ª capital do Brasil, e que divulgou ter reunido meio milhão de pessoas, honestamente, contentamo-nos em ter conseguido reunir 10% dos moradores de Salvador, terceira capital do Brasil. Esta fórmula deu certo e todos saímos ganhando! Parabéns ao Presidente do GGB, Marcelo Cerqueira e à sua equipe de colaboradores! “A Bahia é Gay!!!”
LUIZ MOTT
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Assembléia legislativa confere título de cidadão a Luiz Mott
A Assembléia Legislativa da Bahia vai conceder ao antropólogo e militante GLBT Luiz Mott o título de Cidadão Baiano, em cerimônia a ser realizada no dia 11 de maio. Mott é paulistano, nascido no bairro Jardim São Paulo, próximo a Santana, zona norte da capital paulista.
Morando em Salvador há mais de três décadas, ele fundou em 1980 o Grupo Gay da Bahia, o mais antigo grupo ativista GLBT em funcionamento no Brasil. Começou carreira acadêmica na Universidade Federal da Bahia a convite da professora Consuelo Ponde de Senna, Mott, logo se tornou um intelectual promissor foi professor convidado, substituto e terminou sua carreira na UFBA como professor titular da cadeira de Antropologia em disputado concurso público realizado pela universidade á cinco anos passados.
A proposição que da o titulo de cidadão baiano a Mott merece ser contada, isso para mostrar a homofobia baiana na Assembléia Legislativa. Foi inicialmente proposta pela então deputada Estadual Maria José Rocha – Zezé (PT), hoje atuando em Brasília no Ministério da Educação, seguido pela Deputada Moema Gramacho (PT), eleita prefeita de Lauro de Freitas.
Local: Assembléia Legislativa da Bahia
Centro Administrativo da Bahia - CAB
As 16h do dia 11 de maio de 2006 - quinta-feira
Beijo censurado
Jovens são discriminados por demonstrar carinho em público no Bar Toca do Caranguejo no Rio Vermelho em Salvador.
Os dois moços trocaram alguns selinhos “beijo” e para a sua surpresa o garçom disse-lhe que por determinação da gerência não iria continuar lhes servindo, pois naquele ambiente não era permitido esse tipo de gesto “o beijo” entre pessoas do mesmo sexo, ameaçando-lhes chamar a polícia. Os dois jovens exigiram continuar sendo atendidos, pois não estavam, segundo eles, fazendo nada que fosse imoral, finalmente apareceu a proprietária do espaço confirmando a determinação do garçom, houve bate boca e os dois acabaram por registrar queixa na 7o Delegacia de Polícia do bairro, hoje 01/02 por discriminação, constrangimento e preconceito, o depoimento foi ouvido pela Delegada Celina de Cássia, plantonista.
O Grupo Gay da Bahia (GGB) tomou conhecimento da ocorrência na mesma noite de 31/01 – quando, J.F.C, ligou para Marcelo Cerqueira, presidente da entidade que orientou o mesmo a ter calma e na manha seguinte proceder queixa na Delegacia de Policia, para informar a discriminação às autoridades competentes.
O presidente do GGB Marcelo Cerqueira conhece a fama do lugar. “Eu fui nesse bar apenas uma vez, não gostei, achei hostil não voltei mais, sei que é um local freqüentado por homossexuais, não se pode negar”, disse.
Desdobramento do caso do beijo censurado
O GGB estará submetendo a Câmara Municipal de Salvador e, posteriormente Assembléia Legislativa da Bahia a instituição de uma Lei que municipal que garanta a demonstração de afeto e carinho entre pessoas do mesmo sexo em espaços públicos. Lei similar a que existe na cidade de Juiz de Fora, aprovada em 12 de maio de 2000, dispõe sobre a ação de Município no combate às práticas discriminatórias, em seu território, por orientação sexual. “Expressar carinho e afeto para aquele que se ama deve ser um direito de todos” disse Marco Trajano, 40 anos, presidente do Movimento Gay de Minas Gerais.
Ação de combate ao preconceito na frente do Bar Toca do Caranguejo
O GGB estará na sexta-feira dia 3 de fevereiro as 17hs fazendo um ato público de protesto a frente do Bar no Rio Vermelho que fica a Rua brigadeiro Faria Rocha, em frente a Rua Fonte do Boi. A entidade levará cartazes e faixas de protesto contra atitude discriminatória promovida pelo Bar. “Nos vamos fechar este bar com fitas, amarelas e pretas, não vamos mais permitir que situações como estas aconteçam novamente em Salvador”. Disse, “Se os dois rapazes estivessem fazendo ato de atentado ao pudor, eles não teriam auto estima para denunciar ao GGB e nem a Policia local, que o ato deles sirva de exemplo a todos os homossexuais”, conclui.
Outro caso similar aconteceu no Bar Bond Canto, também no Rio vermelho, houve um aniversário no Bar, junto com outros aniversario, e o aniversariante tinha convidado amigos gays, e um casal gay trocou um baixo, parou a música e expulsaram os dois do bar, junto com todos os amigos. O fato ocorreu em novembro de 2005, mas até hoje percorre na internet.
Maiores informações (71) 9989 – 4748 – 3322 2552 – 3321 1848.
I Parada Gay da Costa do dendê, BA
Na sexta-feira acontece na Churrascaria Tradição na Avenida Taipiri, São Felix, festa com DJ tocando os hits das pistas de dança do mundo, em Valença. A Parada em si tem previsão de concentração a partir das 14h na Praça da República, centro de Valença e deverá segue em direção a orla marítima, passando pelas ruas Conselheiro Baltazar, Comendador Madureira, atravessa a ponto sobre o rio Uma e tem previsão de termino na praça da Avenida Maçônica onde vai ter estrutura montada com barracas padronizadas para o encerramento do desfile.
Marcelo Cerqueira
(71) 9989 4748, (75) 9987.0623 Acácio Alves.